domingo, 23 de dezembro de 2007

Sonho de Lua

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Opiniões

"Jamais dois homens julgaram igualmente a mesma coisa; é impossível verem-se duas opiniões exatamente iguais, não somente em homens diferentes mas no mesmo homem em horas diferentes."
Michael Montaigne

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Filhos

A meu filho Marcos

Daqui escutei
quando eles
chegaram rindo
e correndo
entraram
na sala
e logo
invadiram também
o escritório
(onde eu trabalhava)
num alvoroçoe rindo e correndo
se foram
com sua alegria
se foram
Só então
me perguntei
por que
não lhes dera maior
atenção
se há tanto
se tantos anos não os via crianças
já que agora estão os três
com maisde trinta anos.

- Ferreira Gullar

- Postado para Gília

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Venho aqui

Venho aqui beber
a luz
que brota da tua
boca
louca

Cada palavra tua
é
um livro
que revoga
silêncios

Teus gritos
são
estrelas
que apagam
meu medo

e me fazem voar
no segundo perfeito
da tua
boca
louca

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

DE TEMPOS EM TEMPOS

Para ver, ouvindo música,
clique à esquerda, na parte inferior.




MAGIA

Para ver, ouvindo música,
clique na parte inferior, à esquerda.



domingo, 30 de setembro de 2007

O POETA DINIZ em Slide Show

PARA VER E OUVIR COM MÚSICA,
CLIQUE NO CANTO INFERIOR, À ESQUERDA!




sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Iniciando setembro, com poema de Hilda Hilst!

“ Se for possível, manda-me dizer:
- É lua cheia. A casa está vazia –
Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite. Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer:
- é lua nova –
e revestida de luz te volto a ver.”


Hilda Hilst

sábado, 18 de agosto de 2007

URGÊNCIA

Eu (não) preciso
(te) dizer
o quanto eu
(te) preciso
dizer que
te amo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Idéias e razões

"Eu tenho idéias e razões,
Conheço a cor dos argumentos
E nunca chego aos corações".

Fernando Pessoa, 1932

terça-feira, 24 de julho de 2007

POEMA de Nei Duclós

CARTA AO AMIGO
Nei Duclós

Embora não acredites
estou tão habitado
que pareço um mar

Não só pelos peixes que possuo
das mais variadas espécies
não só pelas aves que me sobrevoam

Mas também pelas ilhas de corais
pelos arrecifes, pelos icebergs que em silêncio
navegam seus volumes submersos

E principalmente
pela quantidade de rios
que deságuam em mim

Estás longe
e lembrei teus olhos
cheios de medo e desconfiança
Hoje está chovendo

Quando chover
sei que vais sentar um pouco
reler teus manuscritos do tempo do colégio
e tentar fazer coisa nova
ou pior, sonhar com eles
até que um vazio incômodo
te derrube por terra

Quando chover, em vez de chorar
lembra de mim
que não cedi um palmo

segunda-feira, 2 de julho de 2007

TUA CIDADE TAMBÉM TE DESEJA UM FELIZ ANIVERSÁRIO!



- "O LAÇADOR", monumento que é um dos símbolos de Porto Alegre.
Ao fundo, o inesquecível pôr-de-sol do Rio Grande do Sul. -

(Foto, Gilia Gerling, às 18:15, em 2005)

quinta-feira, 28 de junho de 2007

GUARDAR_______Lindo poema!

GUARDAR
Antonio Cícero


Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.

Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela.

Por isso melhor se guarda o vôo de uma pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.

domingo, 10 de junho de 2007

Um deserto de céu e mar me envolve nesse meio dia.
Ondas de areia misturadas com estrelas secas arranham a pele a sangram a alma.
A solidão é uma nuvem de chumbo, nevoeiro de dor e saudade.
Nossos olhos são faróis únicos que eu procuro.
Sigo tuas palavras para sentir teus passos.
Tuas mãos são portas para o nosso porto, nosso abraço.
Espero um tempo dentro do tempo, além das horas,
onde a gente possa ficar duas eternidades lado a lado,
respirando apenas amor,
encantamento e luz.

DINIZ NETO - 10/06/2007

quinta-feira, 7 de junho de 2007

CACOS - Diniz Neto

CACOSDiniz Neto

Compreender assim a nossa alma.
Nosso corpo é feito de pedaços e,
para entender nossa alma,
é preciso quebrá-la.
Talvez.
Seria ao acaso que nos dividimos?
Ou apenas nos permitimos a essas aventuras
nas quais nos perdemos para voltarmos depois, veleiros,
lentamente, passo a passo,
mão a mão, palavra a palavra,
solidão a solidão - para fazer nascer então novos sentimentos, nova pele, novos rumores, ardores, amores.
Sim, não somos só um.
Somos milhares, milhões de pedaços, desde a noite de amor que nos trouxe até aqui,
até esse incessante caminhar.
E por assim, tão múltiplos,
conseguimos refletir o brilho dos pensamentos, os sons dos desejos,
os passos da agonia,
os gritos de cada abandono e de todos os abraços.
Vem sentar comigo,
silencia teu poema para fazer nascer aqui a noite - ela também feita dos cacos das estrelas
furando persistente o tapete infinito da escuridão.

26/08/2005

CACOS - Diniz Neto

terça-feira, 10 de abril de 2007

O TEMPO?

domingo, 8 de abril de 2007

Sem mistério...

O mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as coisas
e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum.
- Alberto Caeiro

quarta-feira, 4 de abril de 2007

AVISO

domingo, 1 de abril de 2007

O mapa

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(E nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moca bonita
Nas ruas que não andei

(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

- MÁRIO QUINTANA

Abandonei-me ao vento

Abandonei-me ao vento. Quem sou, pode
explicar-te o vento que me invade.
E já perdi o nome ao som da morte,
ganhei um outro, livre, que me sabe

quando me levantar e o corpo
solte o seu despojo vão. Em toda a parte
o vento há de soprar, onde não cabe
a morte mais. A morte a morte explode.

E os seus fragmentos caem na viração
e o que ela foi na pedra se consome.
Abandonei-me ao vento como um grão.

Sem a opressão dos ganhos, utensílio,
abandonei-me. E assim fiquei conciso,
eterno. Mas o amor guardou meu nome.

- CARLOS NEJAR

O tempo não é...

"O tempo não é uma medida. Um ano não conta, dez anos não representam nada. Ser artista não significa contar, é crescer como a árvore que não apressa a sua seiva e resiste, serena, aos grandes ventos da primavera, sem temer que o verão possa não vir. O verão há de vir. Mas só vem para aqueles que sabem esperar, tão sossegados como se tivessem na frente a eternidade".
Rainer M. Rilke
Texto enviado por Gilia Gerling
Gente importante pra mim - reponsabilidade e vontade de viver multiplicada por quatro!