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domingo, 30 de setembro de 2007
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Iniciando setembro, com poema de Hilda Hilst!
“ Se for possível, manda-me dizer:
- É lua cheia. A casa está vazia –
Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite. Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer:
- é lua nova –
e revestida de luz te volto a ver.”
Hilda Hilst
- É lua cheia. A casa está vazia –
Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite. Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer:
- é lua nova –
e revestida de luz te volto a ver.”
Hilda Hilst
sábado, 18 de agosto de 2007
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Idéias e razões
"Eu tenho idéias e razões,
Conheço a cor dos argumentos
E nunca chego aos corações".
Fernando Pessoa, 1932
Conheço a cor dos argumentos
E nunca chego aos corações".
Fernando Pessoa, 1932
terça-feira, 24 de julho de 2007
POEMA de Nei Duclós
CARTA AO AMIGO
Nei Duclós
Embora não acredites
estou tão habitado
que pareço um mar
Não só pelos peixes que possuo
das mais variadas espécies
não só pelas aves que me sobrevoam
Mas também pelas ilhas de corais
pelos arrecifes, pelos icebergs que em silêncio
navegam seus volumes submersos
E principalmente
pela quantidade de rios
que deságuam em mim
Estás longe
e lembrei teus olhos
cheios de medo e desconfiança
Hoje está chovendo
Quando chover
sei que vais sentar um pouco
reler teus manuscritos do tempo do colégio
e tentar fazer coisa nova
ou pior, sonhar com eles
até que um vazio incômodo
te derrube por terra
Quando chover, em vez de chorar
lembra de mim
que não cedi um palmo
Nei Duclós
Embora não acredites
estou tão habitado
que pareço um mar
Não só pelos peixes que possuo
das mais variadas espécies
não só pelas aves que me sobrevoam
Mas também pelas ilhas de corais
pelos arrecifes, pelos icebergs que em silêncio
navegam seus volumes submersos
E principalmente
pela quantidade de rios
que deságuam em mim
Estás longe
e lembrei teus olhos
cheios de medo e desconfiança
Hoje está chovendo
Quando chover
sei que vais sentar um pouco
reler teus manuscritos do tempo do colégio
e tentar fazer coisa nova
ou pior, sonhar com eles
até que um vazio incômodo
te derrube por terra
Quando chover, em vez de chorar
lembra de mim
que não cedi um palmo
segunda-feira, 2 de julho de 2007
TUA CIDADE TAMBÉM TE DESEJA UM FELIZ ANIVERSÁRIO!
quinta-feira, 28 de junho de 2007
GUARDAR_______Lindo poema!
GUARDAR
Antonio Cícero
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de uma pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
Antonio Cícero
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de uma pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
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