quinta-feira, 7 de junho de 2007

CACOS - Diniz Neto

CACOSDiniz Neto

Compreender assim a nossa alma.
Nosso corpo é feito de pedaços e,
para entender nossa alma,
é preciso quebrá-la.
Talvez.
Seria ao acaso que nos dividimos?
Ou apenas nos permitimos a essas aventuras
nas quais nos perdemos para voltarmos depois, veleiros,
lentamente, passo a passo,
mão a mão, palavra a palavra,
solidão a solidão - para fazer nascer então novos sentimentos, nova pele, novos rumores, ardores, amores.
Sim, não somos só um.
Somos milhares, milhões de pedaços, desde a noite de amor que nos trouxe até aqui,
até esse incessante caminhar.
E por assim, tão múltiplos,
conseguimos refletir o brilho dos pensamentos, os sons dos desejos,
os passos da agonia,
os gritos de cada abandono e de todos os abraços.
Vem sentar comigo,
silencia teu poema para fazer nascer aqui a noite - ela também feita dos cacos das estrelas
furando persistente o tapete infinito da escuridão.

26/08/2005

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