CARTA AO AMIGO
Nei Duclós
Embora não acredites
estou tão habitado
que pareço um mar
Não só pelos peixes que possuo
das mais variadas espécies
não só pelas aves que me sobrevoam
Mas também pelas ilhas de corais
pelos arrecifes, pelos icebergs que em silêncio
navegam seus volumes submersos
E principalmente
pela quantidade de rios
que deságuam em mim
Estás longe
e lembrei teus olhos
cheios de medo e desconfiança
Hoje está chovendo
Quando chover
sei que vais sentar um pouco
reler teus manuscritos do tempo do colégio
e tentar fazer coisa nova
ou pior, sonhar com eles
até que um vazio incômodo
te derrube por terra
Quando chover, em vez de chorar
lembra de mim
que não cedi um palmo
terça-feira, 24 de julho de 2007
segunda-feira, 2 de julho de 2007
TUA CIDADE TAMBÉM TE DESEJA UM FELIZ ANIVERSÁRIO!
quinta-feira, 28 de junho de 2007
GUARDAR_______Lindo poema!
GUARDAR
Antonio Cícero
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de uma pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
Antonio Cícero
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de uma pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
domingo, 10 de junho de 2007
Um deserto de céu e mar me envolve nesse meio dia.
Ondas de areia misturadas com estrelas secas arranham a pele a sangram a alma.
A solidão é uma nuvem de chumbo, nevoeiro de dor e saudade.
Nossos olhos são faróis únicos que eu procuro.
Sigo tuas palavras para sentir teus passos.
Tuas mãos são portas para o nosso porto, nosso abraço.
Espero um tempo dentro do tempo, além das horas,
onde a gente possa ficar duas eternidades lado a lado,
respirando apenas amor,
encantamento e luz.
DINIZ NETO - 10/06/2007
Ondas de areia misturadas com estrelas secas arranham a pele a sangram a alma.
A solidão é uma nuvem de chumbo, nevoeiro de dor e saudade.
Nossos olhos são faróis únicos que eu procuro.
Sigo tuas palavras para sentir teus passos.
Tuas mãos são portas para o nosso porto, nosso abraço.
Espero um tempo dentro do tempo, além das horas,
onde a gente possa ficar duas eternidades lado a lado,
respirando apenas amor,
encantamento e luz.
DINIZ NETO - 10/06/2007
quinta-feira, 7 de junho de 2007
CACOS - Diniz Neto
CACOS – Diniz Neto
Compreender assim a nossa alma.
Nosso corpo é feito de pedaços e,
para entender nossa alma,
é preciso quebrá-la.
Talvez.
Seria ao acaso que nos dividimos?
Ou apenas nos permitimos a essas aventuras
nas quais nos perdemos para voltarmos depois, veleiros,
lentamente, passo a passo,
mão a mão, palavra a palavra,
solidão a solidão - para fazer nascer então novos sentimentos, nova pele, novos rumores, ardores, amores.
Sim, não somos só um.
Somos milhares, milhões de pedaços, desde a noite de amor que nos trouxe até aqui,
até esse incessante caminhar.
E por assim, tão múltiplos,
conseguimos refletir o brilho dos pensamentos, os sons dos desejos,
os passos da agonia,
os gritos de cada abandono e de todos os abraços.
Vem sentar comigo,
silencia teu poema para fazer nascer aqui a noite - ela também feita dos cacos das estrelas
furando persistente o tapete infinito da escuridão.
26/08/2005
Compreender assim a nossa alma.
Nosso corpo é feito de pedaços e,
para entender nossa alma,
é preciso quebrá-la.
Talvez.
Seria ao acaso que nos dividimos?
Ou apenas nos permitimos a essas aventuras
nas quais nos perdemos para voltarmos depois, veleiros,
lentamente, passo a passo,
mão a mão, palavra a palavra,
solidão a solidão - para fazer nascer então novos sentimentos, nova pele, novos rumores, ardores, amores.
Sim, não somos só um.
Somos milhares, milhões de pedaços, desde a noite de amor que nos trouxe até aqui,
até esse incessante caminhar.
E por assim, tão múltiplos,
conseguimos refletir o brilho dos pensamentos, os sons dos desejos,
os passos da agonia,
os gritos de cada abandono e de todos os abraços.
Vem sentar comigo,
silencia teu poema para fazer nascer aqui a noite - ela também feita dos cacos das estrelas
furando persistente o tapete infinito da escuridão.
26/08/2005
terça-feira, 10 de abril de 2007
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